terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Curta Cotidiano #4


Ciúme. Do latim "mil facas lhe perfurarão o peito".



Quando o amor abre os braços, a gente simplesmente abraça. Não há outra possibilidade, não tem para onde correr.
Sentir ciúme é cortar os pulsos. Os nossos? Claro que não, os do amor. O mesmo que nos recebeu de bracinhos abertos. 
No momento estou providenciando curativos. E você?

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Make Up




Estava à toa na vida, sem um amor que me chamasse para ver a banda passar. Comecei a pensar em tudo, que devagar e divagando, virou nada.
Os ecos da minha conta bancária, a saudade do meu irmão que mudou pro interior, a morte da bezerra e  aquele perfume, tão gostoso de sentir quando encosto a cabeça no seu ombro enquanto reclamo de uma bobagem qualquer.
Entre uma reflexãozinha rasa e outra, me deparei com ela, a frase.

NÃO VALE UMA PINCELADA DO MEU BLUSH.

Simples, quase banal. Ao mesmo tempo, sintetizando tão bem esses últimos dias que escorreram pelo ralo.
Certos momentos são assim, águas correndo ralo abaixo. Com o rodo em punho, brigo contra o caminho natural das horas e me esforço para que elas fiquem... Em vão.
Assumi meus excessos, admiti os erros e todas as manhãs, tomo um comprimido de resignação e dois de culpa. Ainda não começou a fazer efeito, mas decidi aguardar.
Enquanto isso vou degustando a Vogue, ouvindo Yann Tiersen e corando as bochechas com Givenchy. ‘Não vale uma pincelada do meu blush...’ – e embora ainda doa, logo há de cessar. 


Para Karla e Madá,
com carinho.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Raso


Haja fôlego!



Minha vida requer poesia, mas também requer riso. Vivo na linha que separa o sonho do palpável e acho que me encontrei de verdade quando parei de procurar. 

Poeta não é aquele que vive rimando flor com amor, tampouco quem flerta com o abstrato e vira a cara para o simples.

Poeta é quem sente e de tanto sentir, precisa esvaziar-se enquanto brinca de viver.

Navegue no profundo, mas venha para o raso de vez em quando. É o que dá fôlego para encarar novos mares.




Para ler à toa na vida, ao som de A Banda.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Curta Cotidiano #3



Coração e cérebro vivem sob o mesmo teto
num casamento sem amor.


...E cada vez que o coração celebra 
uma vitória sobre o cérebro
o cotovelo se prepara para doer.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Apego

Meu super poder é sentir demais. Minha criptonita também.


Quando criança eu acumulava papeizinhos e pequenas bobagens. Sentia uma pena enorme de descartá-los. Às vezes me distraía e mamãe fazia uma limpa, jogava tudo fora. Uma tristeza!
Aos poucos me livrei dessa mania - embora guarde algumas cartas e coisinhas especiais.
Hoje em dia, meu problema é acumular sentimentos. Mesmo os mais pisoteados, amassados, desdenhados e ignorados ficam aqui, na minha caixinha interna.

Mãe, me ajuda na faxina?