segunda-feira, 13 de agosto de 2012

(A)Mar




Vai tocar Chico e vocês jantarão à luz de velas. Quando se der conta, estarão trocando sms romântico numa segunda-feira à tarde, durante o expediente.
Ele escreverá “ancioso” e você ignorará o erro de grafia, afinal, o abraço dele é melhor que a gramática.
Antes que possam prever, apresentarão amigos e talvez formem uma turma única. Talvez não.
Você ouvirá Fagner, Marron 5, Florence, Damien Rice, Zeca Baleiro e É O Tchan pensando nele. Ele acessará o RedTube pensando em... Outra, mas homem é assim mesmo. (É?)
Ele terá ciúme da sua minissaia, do seu melhor amigo, do Twitter e do seu ex. Você terá ciúme até da sombra dele, mas tentará disfarçar cantando kuduro mentalmente.
Vocês brigarão algumas vezes por bobagens que não valem um parágrafo. A reconciliação será tórrida e valerá cada cara emburrada.
Acostume-se. Nunca será um mar de rosas. Mar é feito d’água salgada, minha filha.
(E desde quando uma flor é mais bonita que a vista da praia?)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

The End



Não sei gostar com calma. Aliás, mal sei o que é calma. Isso realmente existe?
Quer calma, pede um copo d'água, um chá de camomila, um comprimido. Eu sou o contrário.
Não consigo aguardar o miojo ficar pronto, que dirá esperar que as coisas aconteçam. Eu não. Sou do tipo que não faz tipo. Corro atrás, pego pelo braço, puxo, mordo. Canso, mas também faço cansar.
Não que me orgulhe disso. Ah! Como dá trabalho!
Às vezes fico exausta apenas por ser eu. Porque ser eu é uma tarefa árdua, cansativa, sem folga e com pouca remuneração.
Não sei gostar com calma. Não me peça calma, meu bem.
Agora que sabes como a banda toca, se toca. Cai fora!


Para ler ao som de No Light, No Light.