domingo, 28 de fevereiro de 2010

'No meio do caminho havia uma borboleta'

"...En medio del camino había una piedra...".
A pedra que Drummond deixou no meio do caminho teima em brigar com as borboletas de Quintana.
Hoje não quero poesia. Não a poesia lírica que desenha corações no ar e sininhos tilintando. Rompantes emocionais tem soado tão blasé quanto notícias de folhetim.
Acordei desejando verdades lascivas, fábulas corrosivas, realidade crua e mal temperada.
Hoje, Vinicius só serve se for pra cantarolar Arrastão. Soneto eu não quero.
Escolho os olhos de ressaca, oblíquos e dissimulados de Capitu, aos ímpetos dramáticos de Julieta ("...O Romeo, Romeo! Wherefore art thou Romeo?...")... Tão apaixonada. Tão desesperada. Tão óbvia.
Ando impaciente com a carência alheia.
Ei, solta a minha mão! Não adianta me olhar assim de lado, nem pedir colo, nem recitar versinho rimado. Desliga essa baladadinha romântica e coloca uma do Chico...
Hoje eu não vou te amar. Amanhã a gente conversa.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Da série 'Eu Sei Que Vou Te Amar'

Amizade? Amizade... Amizade!



Nessa fase maluca de crer que 'nada é por acaso', hoje está sendo um dia de coincidências. Telefonema de amigos ausentes, recado de uma amiga que acabei deixando estacionada, junto com um montão de lembranças amargas... E até um e-mail, resultado de uma história que teve começo e meio, e que ainda não achou uma porta de saída pra escrever seu fim.
Tem gente que quando é ferida, só sara ferindo também. 'Vai, espeta meu dedo... E aí, o seu melhorou?'.
O que uns chamam de egoísmo, eu chamo de seguir em frente... Não posso e não vou ficar me desculpando por culpas que já digeri.
Tô tentando entender que até o tempo precisa de tempo. Toda ferida sara, mesmo que deixe cicatrizes.  Tô aqui pra quando você quiser ou precisar. Mas enquanto isso, vou sair, rir, ver amigos... Viver!
Corro o risco de parecer ingrata. Afinal, amizade é um laço que não se desata. Só que isso não significa que vou fazer sempre o que esperam que eu faça. Até porque, nem sei o que é que esperam.
Independente do que aconteça, carrego em mim amores eternos. Simplesmente passei a acreditar que amar não requer presença. O destino prega certas peças, une e afasta, e só é amor se continuar pulsando mesmo diante dessas surpresas.
Nunca substitui ninguém. Apenas me cerquei de pessoas queridas. Elas não ocupam o lugar de quem está ausente. Ocupam o lugar que merecem.
Entendo todas as razões alheias. Ah, como eu entendo... E não preciso que compreendam as minhas. Deixa nossa história ali quietinha, como um livro na estante.


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Palavras e palavras e palavras...

Como é que se começa um blog?

Pensei em frases de efeito, desenhos coloridos ou um texto imenso, desbocado e bem cool. Mas acabei optando pela boa e velha solução de sempre: esquecer os parâmetros e simplificar.

Eis-me aqui, nem tão simples que traga tédio, nem tão abstrata que soe clichê.