quarta-feira, 16 de junho de 2010

[Do meu] Interior

Abre os olhos e nada vê
então fecha e imagina

Cria o palco, põe mais pra cá
monta o cenário, muda de cor

Tem frases rabiscadas na parede
uma bailarina miudinha, miudinha
projetor antigo passando imagens conhecidas

Tem pé de fruta chamuscado de pontinhos laranjas
a fonte colorida da velha rodoviária
um monte de gostos, e risadas
e o presépio na igreja
e a igreja na praça

O cheiro, o som, a música da saudade

Abre os olhos
uma bailarina miudinha, miudinha
rodopia na ponta dos pés

A saudade dói

7 comentários:

Talita Prates disse...

GRANDES imagens líricas de ENCHER os olhos, Flah!

Quase escutei a caixinha de música...

Belíssimo poema, flor! Parabéns!

Um bjo,

Talita
História da minha alma

Camila Passatuto disse...

E que mais encanta (o que mais me encanta) é o ritmo, as palavras simples em beleza complexa...tive que reler para saber do que falava, porque a principio era apenas som que me encantava.

Belo poema, garota.

Nanda disse...

Que lindo! Acho que o gde segredo da paz interna é buscar mais do que olhos abertos podem ver...

Te ler é sempre um presente!
beijos

[ rod ] ® disse...

A saudade é a solidão desamparada. Bjs moça!

Anônimo disse...

Bonitinho!
O interior tem dessas delícias que só quem já provou sente falta.

Josi Guimarães disse...

Lindo quadro! Me deu saudade tb!
Bjs no coração e uma rosa!

Ana Marques disse...

A saudade dói.

E sabe? Posso até ver a praça, a igreja, o presépio e as pessoas circulando num passado ao qual eu não pertenço mais.

E talvez, nem à época, tenha pertencido.

Gostei muito, viu?
Beijo

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