quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ciúme


De tanto ouvir que o segredo é não correr atrás das borboletas, passei a criar minhas próprias lagartas.




Psiu! Não precisa dizer nada. Sei que você vai culpar meu ciúme, dizendo que ele á uma lente de aumento e que vejo tudo em tamanho dobrado; vai fazer aquele velho discurso enquanto arruma as malas e no fim, acariciando meu rosto, dirá que sem meus rompantes nervosos nós teríamos dado certo.

Poupe-nos. Não precisa dizer nada, não.

O ciúme é bobo, mas tem dona... Já você, nunca foi meu.


(Para ler ao som de Não Se Vá, Jane e Herondy.)

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Curta Cotidiano #1


_Amor, tenho te achado tão intolerante ultimamente.

_Deve ser a TPM.

_Você não tem TPM, João!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pensações


Meus sentimentos são itinerantes, 
membros de um teatro mambembe cujo palco não tem refletores.
Às vezes me sinto assim, meio sem sal. Trezentas mil ideias mastigam meu raciocínio e nenhuma delas tem dentes afiados o bastante. Resultado: mordem, marcam e cospem.
Pensar demais dói. Faz a gente esquecer que a tecla dessensibilizar precisa ser acionada de vez em quando e aí fica essa sensação estranha, de que cérebro e coração vivem um casamento sem amor, dividindo o mesmo teto sem que tenham nada em comum.
Admiro aquelas pessoas que optam por um dos lados, escolhem a racionalidade fria ou a intensidade quente e não sentem falta do morno. Já eu, tento sem sucesso apartar as brigas constantes desses dois: cérebro e coração. Os danados vivem se digladiando e fazendo com que eu me equilibre em cima de um muro estreito. Arranhões e escoriações são comuns.
Ah! Se um deles tomasse as rédeas. A culpa se dissiparia e eu poderia descansar em águas rasas. Chega de nadar na intensidade desequilibrada de uma mente hipersensível e hiperpensante.
Há quem herde olhos azuis, cabelos cacheados, uma pinta ou um desvio de coluna. Eu herdei essa coisa que se chama sentir demais... Sinto muito.

Originalmente publicado no Retratos da Alma

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Meu Conto

Meu conto de fadas não tem era uma vez, maçã envenenada, anõezinhos ou castelo. 
Na minha história, o nome da bruxa é ansiedade, o dragão a ser abatido são meus defeitos e o príncipe trocou o cavalo branco por uma tatuagem da Monica Bellucci. 
Não deixei o sapatinho para trás, não dei ouvidos ao espelho, não dormi por cem anos e tampouco mantive uma trança ao estilo Rapunzel. Aqui, no mundo real, aprendi a podar o faz de conta e ganhei uma história de verdade.

Duvido que alguma princesa tenha um felizes para sempre melhor que o meu feliz hoje.
Amém.