terça-feira, 26 de abril de 2011

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Só não caio em desalento porque comigo tudo acontece muito rápido.

Desgaste. Ando cansada do que é praxe e das velhas novidades. Não dá mais pra reciclar a rotina... A pobrezinha já tem mais remendos que costuras.
Vou distraindo os ouvidos com Yann Tiersen e Cat Power, adiando o Bukowski que você me emprestou e insistindo no trigésimo segundo capítulo de Dom Casmurro, conversando com Machado sobre a obliquidade dos olhos de Capitu e a beleza contida na descrição da rapariga. Quisera eu aqueles olhos de mar, que arrastam para dentro. Mas ela é personagem que se materializa e eu, nasci matéria que se desenha. Nada de olhar de ressaca, que traga... No máximo rio, riacho.
Não vou buscar colo, assim como não corro atrás dos calos. Vejamos qual vem espontaneamente. O problema é a espera, a ansiedade. A ansiedade que desespera.
Alma, rasgue-se, faça-se papel... Mas aguente. Uma página de cada vez.
Amém.

5 comentários:

Camila Lourenço disse...

Amém.
tomara que a minha tb faça isso e se rasgue devagar.

Dulce Miller disse...

Amém... e que vá além!

Anônimo disse...

Bárbaro!

Seu texto me passou um sentimento de preocupação, mas com ares de "seja o que Deus quiser".

Curti

Tatiana Kielberman disse...

Perfeito, querida....

Você chegará lá! Esses momentos são necessários mesmo!

Beijos!

LandNick disse...

Um depoimento sincero e cru! Mas embebido de poesia! Nem tudo está perdido!!! Vamos virar a página! E torçer para um final feliz! Abraço!

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