quarta-feira, 30 de maio de 2012

Romeu,



Esqueça o machismo, coloque mais água no feijão, flores nos vasos e fronhas limpas nos travesseiros. 
Abra as janelas e tire a poeira dos porta retratos.

Engula o choro, dê o braço a torcer, vista uma camisa que eu possa arrancar com os dentes.
Talvez eu te traga um presente. Talvez não traga nada.

Finja que daqui para a frente, as coisas serão diferentes.
Prepare um café forte, um poeminha raso e abra os braços. Eu tô voltando.


Julieta.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

(Des)Carta


Julieta,

Quando desistimos daquela parada de fugir, forjar morte e tudo mais, pensei que as coisas seriam fáceis.
Achei que seus pais parariam de frescura por causa do meu sobrenome e que mamãe acabaria te aceitando como nora; que seria divertido dividirmos o teto e a cama e que mesmo nossa pouca idade não seria empecilho.
No começo, tudo foram flores... Você tinha uns quilos a menos e eu, umas horas a mais com os amigos.
O problema é que poucos meses depois, as coisas mudaram... Calcinhas no box do banheiro e ciúme de algum comentário que façam no Facebook, eu até aguento. Mas tem mais Jú, muito mais.
Não posso atrasar vinte minutos que você começa a ligar desesperadamente, sua comida é horrível, sua carência é assustadora e até o sexo tá perdendo a graça.
Ainda te amo, mas preciso de um tempo.

PS: Deixei a roupa suja no cesto. Venho buscar qualquer hora dessas.
Se precisar, mande um e-mail. Vou ficar hospedado na casa de um amigo.

Beijo,
Romeu.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Curta Cotidiano #8


_Como assim? É claro que eu te amo! Você vem logo depois do meu trabalho, amigos e família.

_Pelo menos ganho do cachorro.

_Puts! Esqueci do cachorro!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Não é Amor


A gente tem mania de maldizer o amor sem sequer conhecê-lo.
Flerte que não dá certo, paixão que frustra, fogo de palha. E quem paga o pato? O amor. O pobre do amor, que nem entrou na história.
Façamo-nos um favor: deixemos que o amor apareça quando bem entender. Aproveitemos o flerte, a paixão, o fogo de palha.
O amor é seletivo. A maioria de nós, não.


Se dói, é unha encravada, ego ferido, cólica ou gastrite.
Releve. O amor é leve.