sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Da [im]perfeição

A história não tem princípio. Começou antes que eu estivesse atenta para captar o início e seus detalhes.
De repente ele estava ali. Me olhou de cima de um altar e me senti ainda menor aqui embaixo.
Desejei que não visse meus pés descalços, que ignorasse minha aura, que não percebesse minhas falhas.
Intimidada, dei um passo para trás.
Ele tem um discurso tão bem escrito que me faz enrubescer. Me lembra o que eu era antes de cair do meu altar.
Ele é atento e captou meus pecados. Fala deles com uma naturalidade que me fere.
Não caibo mais num altar, e olhar pra ele deixa essa verdade ainda mais gritante.

‘Se eu não tivesse tantos defeitos pra você consertar, você ainda ficaria por aqui, curtindo o marasmo comigo?’

2 comentários:

Ruy Barros disse...

Curtir o marasmo é um excelente passatempo. Uma história pode até nem ter um princípio mas se o conteúdo for razoável, a história pode ter um bom final... mas eu não percebo muito de histórias, por isso...

Ana Suy disse...

Flávia, olá!
Gosto muito das mini-coisas que escreve no twitter, onde sou sua seguidora (@anasuy)
Feliz por ter descoberto o seu blog.
É uma delícia curtir o marasmo com certas pessoas. Erradas pessoas, tornam qualquer coisa um marasmo.
Um beijo.

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