Sem prévio aviso. Foi assim que meu mundinho amargo e dolorido tornou-se agradável, como um chá quente de boldo depois da ressaca.
Aconteceu uma limpeza imaginária nas minhas entranhas, e repentinamente fui salva daquela sensação de ânsia tão esquisita que insistia em me visitar.
Puft! E como num milagre, um fim de semana calmo e solitário faz as ideias clarearem e (quase) tudo ficar bem, como numa novela de cenas afinadas e bem escritas.
Ufa! Já passava da hora de fazer as pazes comigo.
Vivo brigando com minha ansiedade, me degladiando com minha imaginação... Mas no fim acabo me entendendo.
A gente briga com nossas caraminholas, mas no fundo a gente se ama. Um amor sem explicação.
Tô exausta das tentativas de me decifrar e nunca achar uma saída. Cansei das minhas neuras esdruxúlas e incoerentes. Cansei até de sonhar acordada, mesmo achando poético ser como sou. Cansei, mas não desisti. No fundo, não trocaria minha cabecinha perturabada por nenhuma sã.
Sei lá se quero você pra sempre, só por uma noite ou se quero que todo esse romance blasé se dane. Não consigo me decidir nem sobre a cor do meu vestido, então não venha me cobrar definição.
Garçom, desce mais um chá de boldo imaginário pra curar de vez minhas neuras de estimação!
Flah fazendo as pazes com as próprias loucuras.