segunda-feira, 31 de maio de 2010

Simplesmente complicada


Sem prévio aviso. Foi assim que meu mundinho amargo e dolorido tornou-se agradável, como um chá quente de boldo depois da ressaca.
Aconteceu uma limpeza imaginária nas minhas entranhas, e repentinamente fui salva daquela sensação de ânsia tão esquisita que insistia em me visitar.
Puft! E como num milagre, um fim de semana calmo e solitário faz as ideias clarearem e (quase) tudo ficar bem, como numa novela de cenas afinadas e bem escritas.
Ufa! Já passava da hora de fazer as pazes comigo.
Vivo brigando com minha ansiedade, me degladiando com minha imaginação... Mas no fim acabo me entendendo. 
A gente briga com nossas caraminholas, mas no fundo a gente se ama. Um amor sem explicação.
Tô exausta das tentativas de me decifrar e nunca achar uma saída. Cansei das minhas neuras esdruxúlas e incoerentes. Cansei até de sonhar acordada, mesmo achando poético ser como sou. Cansei, mas não desisti. No fundo, não trocaria minha cabecinha perturabada por nenhuma sã.
Sei lá se quero você pra sempre, só por uma noite ou se quero que todo esse romance blasé se dane. Não consigo me decidir nem sobre a cor do meu vestido, então não venha me cobrar definição.
Garçom, desce mais um chá de boldo imaginário pra curar de vez minhas neuras de estimação!

Flah fazendo as pazes com as próprias loucuras.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Tem fim?

"Um dia olhou pela janela, imaginou como seria o seu vôo até o chão
Mas quando pensou na sujeira que ela causaria...
desistiu, foi ver televisão
Tinha que engravidar, criar, envelhecer, morrer como todos esperavam
Tinha que renunciar, agradar, obedecer, vencer como todos desejavam..."
(Longe Aqui, Jay Vaquer)


 
Ultimamente a vida não é mais a mesma: virou filme velho na tv. Vai passando diante dos olhos e eu pareço mero espectador.

Interagir anda complicado. Eu tô aqui sem querer estar, e ao mesmo tempo qualquer lugar é lugar quando não há pra onde ir.

Ando cansada dos fatos acontecidos e também dos sonhados. Principalmente, ando cansada desses textos com ar de lamento.

As brigas perdidas tem sido dissecadas e remoídas insistentemente pelo meu cérebro maluco. Ando entregue.

Tão entregue que esse texto não tem fim. Tô sem forças pra brigar com a falta de criatividade. Lá vou eu de novo, assistir filmes velhos na tv...


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Delírio




Primeiro a volúpia. Ele surgiu como tinta rubra no papel branco.

Vem cá, me beija como se fossemos nos atirar do alto de uma ponte.

Então surgiu a afeição... Ele se abriu como livro do Machado, e de complicado passou à interessante.

Volta. Me abraça como se o mundo fosse uma ponte.

Aí nasceu a paixão. Ele começou manso feito garoa de domingo, e de repente tudo era tempestade.

Vem, me aperta como se eu estivesse caindo...

E finalmente, restou o descaso. Virou filme reprisado mil vezes.

Como assim? Por que você não vem mais? E os beijos, abraços e carinhos? Cadê a ponte e o mundo que desenhei em vermelho? Cadê você?

Foi tudo muito rápido... E agora passo os dias sentada no meio do nada, esperando alguém que me salve e construa um caminho de volta.