segunda-feira, 12 de abril de 2010

Nós2



Um dia sem notícias suas. Pois é, 24 horas de preocupação, caraminholas, falta de apetite, ausência de sono.

Aí fico sabendo o que minha intuição já dizia: você voltou a passar mal, está no hospital, internado... Só. Nenhuma outra informação pra aplacar meu desconforto, pra amenizar as dores do meu coração. O pobrezinho está sendo esmagado aqui dentro, e mesmo se esforçando pra ganhar espaço e respirar sossegado, é só aperto, aperto, aperto.

Ligar não adianta. Chorar não adianta. Dormir não adianta (até porque, tudo que consigo são cochilos interrompidos de tempos em tempos pela sua lembrança).

Nada grita mais alto que uma ausência não consentida.

Desisto de te afastar do pensamento... Me rendo e vou te procurar. Quem sabe assim, enjôo de pensar em você e consigo uma folga pra organizar as ideias...

Cá estou, lendo seus e-mail's, olhando suas fotos, rindo sozinha das nossas conversas intermináveis.

Eu quase posso ouvir seu sotaque gostoso, que deixa nossos diálogos ritmados. Eu quase chego a gostar dos apelidos bobos que você me deu. Eu quase sinto você aqui... Quase.

Falta você respondendo meus sorrisos com os seus. Falta seu jeitinho gostoso, quase boêmio, me deixando sem graça.

Falta. E a falta ecoa.

Mas esse não é um texto de despedida. Ah, tsc tsc. De jeito nenhum! Ele não vai terminar melancólico, não.

Esse texto é pra te cobrar por essas 24 horas de angústia e nó na garganta. Um nó que me ata os olhos e desata os medos.

Esse texto é pra que você saia logo da sua solidão e venha detonar com a minha... Já te disse mil vezes que você é a intensidade que afoga a minha intensidade, não ouse me desafogar!

Exijo você criticando minha instabilidade. Exijo sua voz me chamando. Exijo você dizendo 'Flavinha, eu gosto'. Exijo que você cumpra todos os sonhos que sonhei, porque é a sua graça que os alimenta.

Não sei ficar assim... sem você. E tenho ímpetos de te dar uns tapas cada vez que imagino sua resposta: 'a gente se acostuma com tudo'.

Eu te quero bem. Anda, fica bem... Pra ouvir minhas broncas e pra me provar que tudo o que sinto não é loucura.

Eu amo você. E odeio essas últimas 24 horas.

 
'Não tem como imaginar a minha vida sem você, o meu dia sem te ver (...)
A sua companhia é melhor que um dia de sol.'

Tchai, Um Dia de Sol

6 comentários:

Anônimo disse...

Um sofrimento gostoso, diria eu. Claro... deixando de lado o fato de que ele está enternado (e vai saber com o quê).

Mas, esse sofrimento não é de dor, é saudades. E não é distância. É simplesmente uma ausência, que logo irá passar.

Quem dera todas as dores de amor fosse assim.

disse...

Roubando do Felipe...

"Quem dera todas as dores de amor fosse assim..."

Gostoso de ler, terminei com um sorriso no rosto.

Beijo bonita!

Catarina Herrera disse...

Saudade, saudade e mais saudade.

Êta palavrinha exclusiva nossa que significa tanta coisa ao mesmo tempo!! Lindo texto Flá! Espero que ele melhore =) Saudade de você!

Pedro Victor disse...

O importante é que eu voltei, tô aqui de novo. Firme, forte e mais saudável do que nunca. E tudo isso só p/ vc.

Beijos meu amor, te amo

Laura Kerstenetzky disse...

E quando todo esse sofrimento não vale a pena? Quando ele está bem, mas não quer ser achado por você? Complica tudo.

Anônimo disse...

Que 24 horas mais longas. Daquelas que se faz um poeta eternizar suas dores sagradas, seus sofrimentos eternizados em palavras. Palavras rompidas em um momento no insight, parece efeito bullet-time. Vê-se o filme como se fosse o diretor da peça.

Como dizem, os poetas produzem melhor quando massageado por intenso sofrimento.

Belíssimo texto, como sempre.
Um beijo

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