quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Sublimando

Estou anistiando meus sentimentos tortos. Aproveitem, usem e abusem.


Não sei jogar xadrez, tampouco conheço as regras do seu jogo.

Troco toda a erudição e frases feitas por diálogos despretensiosos, que não exijam disposição para decifrar incógnitas.

Rabisco frases sem sentido, me pego rimando e desenhando versos bobos.

Se a neblina atrai, vamos tirar a prova, dissipá-la buscando raios de sol.

Vou gastar meus clichês, esgotar rompantes emocionais, desperdiçar ironia e matar as incertezas. Se não dá pra converter em exclamação, dispenso.

Digladio com a ansiedade mas não sei viver sem ela. Seria uma vitória vã... ‘Acabou a guerra. E agora?’

Detesto a contradição, mas ela me adora. É um caso de amor e ódio onde invariavelmente saio rendida.

Meus textos não tem sentido porque os desejos rumam em sentidos opostos.

Tem um elefante branco, uma caixa de lápis de cor e milhares de objetos inúteis aqui dentro. Fico criando associações, buscando coerência e domínio... Não alcanço nada disso e me frustro. Quebro as pontas de todos os lápis.
Vai render meia página. E eu queria um livro inteiro, dez ou doze capítulos de você.


5 comentários:

Moni Saraiva disse...

Eu adoro quando há essa busca pelas palavras certas.

Certas para quem?
Para quem as procura, para quem se rende à necessidade de que elas digal alguma coisa importante, em meia página ou em tantos capítulos.

Mas o importante é que elas digam o que se quer. Que se façam entender com um brilhante arremate:

"Se não dá pra converter em exclamação,
dispenso."

Adorei o texto!

Beijos,

Moni

Pedro Victor disse...

Acho que o final faz um coerência boa, como uma construção de alguém em específico, ou suas (dele) ações concretas.
Diferente esse texto. Bom, muito bom, mas diferente.

Te amo
Beijo

CultoDiferente disse...

Hehe...já fazia um tempinho que não passava por aqui..e tinha me esquecido o quanto havia gostado. O amor é assim, faz todo o sentido com coisas sem sentido. E no final para quem ama, faz toda a diferença, pois o sentimento fez tudo parecer coerente, pois é sincero.
Bjs

Lívia Inácio disse...

"Vai render meia página. E eu queria um livro inteiro, dez ou doze capítulos de você."

Que metáfora linda!

Camila Passatuto disse...

Good!

A última frase esclarece o 'surrealismo' do que está sobre.

Muito bom.

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