domingo, 28 de fevereiro de 2010

'No meio do caminho havia uma borboleta'

"...En medio del camino había una piedra...".
A pedra que Drummond deixou no meio do caminho teima em brigar com as borboletas de Quintana.
Hoje não quero poesia. Não a poesia lírica que desenha corações no ar e sininhos tilintando. Rompantes emocionais tem soado tão blasé quanto notícias de folhetim.
Acordei desejando verdades lascivas, fábulas corrosivas, realidade crua e mal temperada.
Hoje, Vinicius só serve se for pra cantarolar Arrastão. Soneto eu não quero.
Escolho os olhos de ressaca, oblíquos e dissimulados de Capitu, aos ímpetos dramáticos de Julieta ("...O Romeo, Romeo! Wherefore art thou Romeo?...")... Tão apaixonada. Tão desesperada. Tão óbvia.
Ando impaciente com a carência alheia.
Ei, solta a minha mão! Não adianta me olhar assim de lado, nem pedir colo, nem recitar versinho rimado. Desliga essa baladadinha romântica e coloca uma do Chico...
Hoje eu não vou te amar. Amanhã a gente conversa.

2 comentários:

Milton Fernandes disse...

Ok, passo amanhã.

Anônimo disse...

Menina, como você escreve bem!! Adorei seu blog. Parabéns! Bjo!
Felipe Soares
http://professorfelipesoares.blogspot.com.br/

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Alimente os devaneios de uma Mariazinha. Comente.