sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Mundo Vai Acabar


“O mundo vai acabar
e ela cansou de dançar.”



Segundo a profecia Maia, o mundo acabará no dia 21 de Dezembro. A pergunta é: Para você, quantas vezes o mundo acabou?
Ainda que um copo d’água com açúcar ou um bom porre o tenha feito perceber que era pura frescura, aposto que pelo menos uma vez na vida você já teve essa sensação, a terrível sensação de fim do mundo.
A perda do emprego, do amor ou do cartão do banco; a morte de alguém importante, um acidente ou qualquer baque doloroso o suficiente para tirá-lo do eixo. Quem nunca?
A vida é um constante abrir e fechar de ciclos e exagerando um pouquinho, dá para dizer que ao longo da estrada a gente vê o mundo acabar (e recomeçar) algumas vezes.
A gente morre e renasce a cada queda – eis a (des)graça de existir.
Esqueça aquela história de cultivar o jardim para contar com as borboletas. O segredo, o grande segredo, é aprender a ressurgir cada vez que seu mundo acabar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

O Nhoque e a Discórdia



“Ah! Se mata! Você nunca comeu nhoque!”
Ouvi essa frase na sexta-feira passada, quando saía do shopping Santa Cruz, em São Paulo. Uma jovem senhora, no alto de seus 40 ou 45 anos, berrava ao celular, notoriamente descontrolada. Apesar de bobo e até engraçado, só consegui rir do comentário minutos depois, já que no primeiro momento todo mundo que estava em volta só se preocupou em observar a briguenta ao celular. Com quem ela estaria falando?
O mistério do nhoque me ocupou por algum tempo. A frase, embora tola, saiu embebida num rancor genuíno, bradada como quem profere uma praga ou insulto.  
A conclusão é tão simples quanto a massa citada na frase. Todos nós já tivemos um dia de tia do nhoque, proferindo alguma bobagem ridícula com o intuito de ofender. Quem nunca?
Aliás, a tal mulher até ganhou uns pontinhos. Pela raiva expressa em seu tom de voz, aquele “você nunca comeu nhoque” queria dizer muitas coisas (impublicáveis).
Quantas vezes a gente não mostra o dedo no trânsito, xinga muito no twitter ou manda o namorado para a puta que o pariu?
A tia do nhoque é só um exemplo do quanto a cabeça quente ferve nossos miolos e torna nossos argumentos um tanto ridículos.
A gente discute sobre música e termina chamando a outra pessoa de gorda; cai numa crise de ciúme e acaba jogando na cara do parceiro que o presente de Dia dos Namorados foi uma droga; rola uma desavença com a mãe por causa da toalha em cima da cama e a gente garante que vai sair de casa. A cabeça quente, meus amigos, converte nossos argumentos em nhoque!

PS: Adotei a frase como meme pessoal. Se um dia eu disser que você nunca comeu nhoque, considere-se insultado.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O Dia dos Namorados e Seus Clichês

Não é amor se não for um pouquinho cafona.
Flerte é Oscar Freite, amor é 25 de Março.



O Dia dos Namorados é uma data meramente comercial.
Ele fará uma reserva para o jantar e isso não adiantará nada porque como toda mulher, ela há de se atrasar.
Ela sentirá frio, porque mesmo com a baixa temperatura dos últimos dias, não vai abrir mão de usar aquele vestidinho que ele adora.
Depois de duas ou três horas esperando por uma mesa, notarão que o cardápio não é tão especial quanto o anunciado, embora os preços tenham sido especialmente estipulados para a data.
O jantar será um tanto estranho, já que metre e garçons estarão notoriamente afobados e loucos para que o casal coma logo e dê lugar ao próximo par. Olha só o tamanho da fila na porta do restaurante!
Os pombinhos trocarão presentes que transformarão a expectativa em decepção disfarçada. Ela, que passou as últimas semanas comentando da vitrine da loja tal e do sapato da marca x, ganhará o livro que ele está a fim de ler. Ele, doido por uma camisa da Internazionale, forjará um sorriso ao abrir o pacote com uma cueca Calvin Klein.
Errar a mão no presente acontece, ambos pensarão.
Após pagar uma conta que renderá dor de cabeça no dia seguinte, ele abrirá a porta do carro para ela. Um casal feliz!
Seguirão para o motel onde rolou a primeira vez e encararão outra espera de duas horas. O amor é resistente, um casal que trabalha e encara uma comemoração em plena terça-feira, não. Cochilarão no carro enquanto aguardam uma suíte.
Acordados pelo funcionário do motel que anuncia a disponibilidade do quarto, a dupla sonolenta fará amor ao som da música que tocou na festa da fulana, quando beltrano os apresentou.
Finda a comemoração de praxe e loucos por uma boa noite de sono, se darão conta de que já são quase sete da manhã e que precisam voltar para casa se quiserem chegar no emprego a tempo.
O Dia dos Namorados, meus amigos, não passa de uma data meramente comercial. Eis o que rola na versão mais óbvia possível.
Ah! Vale lembrar que mesmo com tudo isso, o casal que sorri na manhã de quarta merece comemorar o dia 12/6 no ano que vem.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Redes Sociais

Carta mais ou menos aberta aos usuários das Redes Sociais.


Deus disse "Faça-se a internet!". E a internet foi feita. E deus viu que isso era bom. 
O que ele não podia prever é que nós foderíamos tudo. 

Dá-lhe postar foto dos pés, dos pratos, da porra do cachorro e do papagaio (Sou dessas. Curtam!). 

Dá-lhe tecer uma carapuça aqui, dar uma stalkeadinha ali. Ah! Que mal tem? 

Dá-lhe cagar regra na porra toda e mandar indireta para fulano, que será pescada por beltrano e chocará sicrano. 

Deus disse "Faça-se a internet!" e simultaneamente, veio a Sodoma do Facebook e a Gomorra do Twitter. Vai, deus! Destrói e começa tudo de novo, que a gente não entendeu nada e tá T U D O E R R A D O . COM . BR

A gente cria uma conta com todo amor e carinho, escolhe avatar (Valeu, Photoshop!), seleciona amigos e para quê? Para quê, minha gente? Para disputar mãozinhas com dedinhos para cima e/ou seguidores. E porque eu quero seguidores? Para ter mais seguidores. Por quê? Para ter mais seguidores. Por... (Looping eterno.)

Ai, mas Redes Sociais são bacaninhas, eu falo com meus amigos e... Cala a boca! Se fossem amigos de verdade, você usaria a porra da rede para marcar o ponto de encontro do final de semana, não para mandar recadinhos com corações.

E antes que Noé construa uma arca e selecione um perfil de casal por Rede Social, vale ponderar: Noé, poupe-se! Construa apenas uma canoa e leve consigo os poucos com bom senso. (Eu, por exemplo, tô fora!)

Além de tudo que apontei, as Redes Sociais acabaram com o direito da gente opinar. Não gosta da banda x? Ah! Vá se foder, vadia! Não curte o autor y? Palhaço, só fala mal porque não sabe fazer melhor! Ousou mencionar que a atriz z engordou? Se enxerga, garota! Você usa 42!

Não dá mais para expressar opinião sem ofender alguém. Em tempos de Redes Sociais, as pessoas sempre levam para o lado pessoal. Tolinhos!
É isso, cara. Aproveita a profecia Maia, Grega, Tupiniquim ou sei lá o que e dá um jeito nisso!


PS: Wagner Moura, obrigada pela inspiração. Odiei você nos vocais! 
PS 2: Curtam esse texto ou ficarei CHATIADÍSSIMA, com i de ironia. 
PS 3: Quem discordar, é porque é recalcado!